sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mestre Borel

O vídeo abaixo mostra um pequeno trecho do documentário etnográfico Mestre Borel: a ancestralidade negra em Porto Alegre, um registro sobre a cidade de Porto Alegre pela voz de um dos grandes representantes das religiões de matriz africana da cidade, o Mestre Borel, muitas vezes citado ao longo do percurso pelas monitoras. 
Para os professores que pretendem trabalhar com os alunos história oral, história da cidade de Porto Alegre ou aperfeiçoar o material trabalhado na saída de campo é um documentário riquíssimo. 


FOCO NO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Trabalhar a identidade histórica e a consciência da preservação pode ser feitos também na saída de campo com o tema do Patrimônio Histórico. Como sugestão de atividade, os alunos podem identificar os diferentes tipo de patrimônios existentes no percurso e trabalhar soluções/sugestões de preservação e valorização desse patrimônio.

Uma sugestão de livro que os colegas podem utilizar para montar a aula é o livro do Carlos Lemos “O que é patrimônio histórico” :

 Para material de pesquisa dos alunos, o site do IPHAN http://portal.iphan.gov.br/ disserta sobre vários temas do patrimônio que podem ser selecionados pelos professores para trabalho em aula ou como sugestão de pesquisa para trabalho em grupos sobre a temática.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Desenvolvimento Urbano- Utilizando mapas

Uma das sugestões dadas para nós, pela Clarice e pela Adriana, foi de abordar a História e Cultura Afro-brasileira como pede a lei 10639/03 com os alunos de forma que o assunto não se torne algo banal. Tentando evitar isso, uma sugestão é que antes da saída de campo, como preparação do trabalho, seja abordado o tema do desenvolvimento urbano de Porto Alegre tentando instigar os alunos a estrutura da cidade e, com isso, trazer a questão negra.
 
MAPAS DA CIDADE

Sobre o desenvolvimento urbano da cidade de Porto Alegre, nossa sugestão é o trabalho com mapas. No site:
http://fotosantigas.prati.com.br/FotosAntigas/Diversos/MapasPlantas/index.htm podemos conseguir mapas de diferentes tempos da cidade de Porto Alegre.





O mapa mais interessante é o do ano de fundação da cidade 1772 (mapa acima) onde podemos identificar o portão da cidade. Pedir para os alunos fazerem um comparativo entre os mapas de hoje e o do ano de fundação pode trazer questionamentos interessantes sobre a cidade para serem explorados na saída de campo.

A TRADIÇÃO DO BARÁ DO MERCADO – OS CAMINHOS INVISÍVEIS DO NEGRO EM PORTO ALEGRE

Para mais informações sobre o bará do mercado, existe um documentário que fala especificamente sobre o assunto:





Sinopse
Este documentário traz os relatos de 7 religiosos de matriz africana sobre o fundamento afro-religioso chamado A tradição do Bará Do Mercado Público, a partir dos percursos e experiências urbanas de Babalorixás, Ialorixás, tamboreiros e outros praticamentes de religiões afro-brasileiras na cidade de Porto Alegre. O vídeo é parte de um projeto de divulgação e promoção do patrimônio Imaterial da cultura afro-brasileira, expresso na manifestação concreta dos rituais e práticas realizados pelos religiosos de matriz africana no interior e arredores do Mercado Público. Conforme essa tradição, no centro do Mercado, no meio da encruzilhada que o funda, está "assentado" o orixá Bará - entidade responsável pela abertura dos caminhos e pela fartura. Uma tradição que remonta o Mercado como um espaço de reconhecimento e reinvidicação da população afro-descendentes e da cultura negra da cidade de Porto Alegre.
Ficha Técnica
Ana Luiza Carvalho da Rocha - 2007
55 minutos
fonte:http://www.museudaabolicao.com.br/

Quilombos Urbanos

O encontro com Clarice e Adriana (ativistas do movimento Negro/Seduc-Poa) foi muito produtivo no que diz respeito á uma nova tomada de consciência sobre a ausência e presença do negro na cidade de Porto Alegre.
Monitora da saída de campo

O real início de nosso trabalho de campo é efetivado um dia antes (sexta feira, 1/06) durante a aula da Professora Lígia Goulart, que explanou sobre a importância deste tipo de trabalho, de quebrar certos paradigmas e de objetivar ele, para que tenho um melhor proveito.
A início prático do trabalho se deu, de fato, na tarde de sábado (02/06), quando a professora Carla Meinerz, ainda dentro do campus central, nos mostrou a bela obra plástica que mostra o contorno do continente africano figurando como se fosse uma marca de pegada, representando assim, nos lugares onde é reproduzida,  as heranças culturais, territoriais e simbólicas dos negros de Porto Alegre (existe também uma destas marcas na praça da Alfândega).
UFRGS-Campus Central
Não nos basta apenas ler recortes da história e constatar a opressão sofrida pelo povo negro na cidade de Porto Alegre. Um trabalho de campo desta natureza é muito frutífero, pois as vivências de nossas “guias/orientadoras” também faz com que apropriemo-nos de uma sistematização referente a retirada (Expulsão) do negro, das áreas centrais da cidade através de ações higienizadoras, burguesas e racistas.

Nossa primeira parada, próxima á igreja das Dores, na rua dos Andradas, permitiu-nos uma vivência com o toque percussivo de uma réplica de tambor, onde todos colaboraram para o troar do som naquela reprodução de instrumento, que significa a religiosidade e o sentimento de pertença do negro em relação á sua africanidade, bem como (no caso, o posicionamento daquela réplica em si) a localização de algumas concentrações de populações negras na cidade a algumas décadas atrás. Não somente a arquitetura, a tez da pele dos transeuntes ou as placas e memoriais nos dão algum sentido de representação social de algum bairro. O culto aos tambores (atabaques, sopapos) pode ser uma referência de identificação dos perfis etnográficos dos territórios, em especial no Brasil, país tão carregado de musicalidade e irreverência cultural, amalgamada por excelência.
Largo da Forca

 No campo que fizemos, passamos pelo parque da redenção, no bairro Bom Fim. Este parque possui este nome pois os últimos escravos obtiveram sua liberdade neste local. O que pode ser explorado geográfica/historicamente nesta parte do trabalho de campo é o fato de que muitas famílias de judias compraram terrenos neste bairro após o fim da segunda guerra mundial. Sendo assim, os negros que ali residiam até então foram sendo excluídos no processo de urbanização, e tiveram que mudar suas residências para o bairro da Lomba do Pinheiro, Parthenon, assim como ocorreu com as famílias que se situavam na ilhota e cidade baixa, que foram forçados a se mudarem para a restinga.
A história da urbanização da cidade de Porto Alegre é, de certa forma, a história da exclusão espacial dos negros.

O quilombo do Silva, por sua vez, é um exemplo de quilombo urbano e de resistência Sócio/cultural em uma área central da cidade. O pensamento do professor Milton Santos quanto à cidade (o de que ela é uma “sucessão de tempos desiguais”) é notado com precisão neste caso. As temporalidades dos moradores, a arquitetura antiga tramada em meio às novas moradias, os fios de luz entrelaçados, são bons exemplos das condições gerais em que estão os quilombolas urbanos do Rio Grande do Sul e do Brasil.






Quilombo do Areal

 
Na Avenida Ipiranga, observamos uma pichação que diz “Brigada racista, valeu Zumbi”. Pichação esta, que por estar muito próxima ao palácio da polícia, mostra (da parte de quem “pichou”) uma rebeldia, um questionamento e repúdio quanto ás atitudes que a polícia vem tendo frente aos jovens negros da cidade.






domingo, 17 de junho de 2012

Territórios Negros: Afro-brasileiros em Porto Alegre

Turma de especialização EGH-2012 em trabalho de campo. Imagem: http://www.flickr.com/photos/wagnerinno

 
  No dia 02 de junho a turma de especialização fez a sua primeira saída de campo na cidade de Porto Alegre. Fizemos o percurso Territórios negros, uma parceria da Secretaria Municipal de Educação (Smed) e Companhia Carris Porto-alegrense (Carris),  uma oportunidade de conhecer um pouco da história de Porto Alegre e, principalmente, conhecer um pouco da história afro-brasileira na cidade, muitas vezes esquecida. 

Confira os locais percorridos pelo ônibus:

- Largo da Forca (Praça Brigadeiro Sampaio)
- Pelourinho (Igreja das Dores)
- Mercado Público
- Campo da Redenção (Parque Farroupilha)
- Colônia Africana (Bairro Rio Branco)
- Ilhota (imediações da avenida Érico Veríssimo)
- Areal da Baronesa (Quilombo da Travessa Luis Garanha)
- Largo Zumbi dos Palmares