sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

“Tão importante quanto os telescópios.”





A última saída de campo de nosso curso teve início na rótula localizada atrás do Instituto de Educação Flores da Cunha ás 18:30.
Dirigimo-nos ao observatório da primeira divisão de levantamentos cartográficos do exército, localizado no Morro Santa Teresa.
O Roteiro até o observatório foi: Rua Paulo Gama, Avenida Oswaldo Aranha, Rua Santana, Avenida Ipiranga, Avenida Érico Veríssimo, Avenida José de Alencar, Rua Correia Lima e Rua Clevland.
Podemos observar, ao longo do percurso, as diversas nuances geográficas de Porto Alegre: A parte plana, de onde saímos, até a paisagem irregular, já nos altos dos morros de granito.
Ao adentrarmos na área do observatório o professor Bruscatto, do Colégio Militar de Porto Alegre, nos pôs a par dos trabalhos realizados ali.
Uma das funções do observatório “Capitão Parobé” é incentivar, propiciar e motivar para a formação em astronomia. Foi fundada pelo professor Luiz Carlos Gomes. Em 2001 foi fundado um clube de astronomia em seu colégio, tendo um destaque, e devido á isso obtiveram um telescópio para tal escola (recurso obtido junto á fundação Vitae).
Em 2010 o observatório foi ampliado, e em 2011 se vincularam a rede nacional de pesquisa, o que no futuro permitirá a troca de imagens de telescópios com outras instituições.
O objetivo inicial do observatório foi expandido, tratando também de tecnologia, interdisciplinaridade, incentivo ao laboratório, habilidades e competências.
Professor Bruscatto apontou que a dificuldade é a falta de profissionais e materiais necessários para o funcionamento dos telescópios.

“Estamos torcendo para que abra uma nesga de céu”.

Entre o desejo do professor para observar os astros surgiram vários conceitos astronômicos: Órbita eclíptica, satélites, afélio, periélio, gnomon, analema, efemérides, constelações, asterismo, precessão, equinócio, zodíaco, abóbada celeste, observação celeste, hemisférios, etc. Foi muito útil, pedagogicamente falando, e tudo isso compõem um belo exemplo de saída á campo para realizarmos em nossas escolas.
Esta saída á campo desencadeia uma série de possibilidades pedagógicas, como culturas diversas(nomenclaturas de diversos povos em relação aos mesmos astros, como os indígenas, polinésios, árabes, etc), literatura, e acabamos vendo que este incentivo para olhar o céu pode partir desta saída a campo.
O professor Vitor passou a nos orientar, em uma atividade pedagógica de desenho sobre representações dos corpos celestes, buscando exercitar conceitos de órbita, escala, proporção, trajetórias elípticas. Professor Vitor desmistificou o paradigma do formato da órbita (não é elíptica, mas sim orbital, quase circular “perfeita”). Esta oportunidade é única para se vivenciar estas desmistificações (também falou do formato da Terra, mudança das estações, inclinação do eixo) para uma turma de ensino médio seria ótima. Deu ideias de propostas didáticas muito simples para serem postas em prática, dando este incentivo inicial em relação ao interesse por astronomia.
O clássico trabalho da lâmpada e da bola de isopor foi ressaltado novamente, reforçando a ideia da simplicidade, para exemplificar uma série de implicações geográficas (meses do ano, estações, irradiação, glaciações). A trajetória, visualização e movimentos da Lua também foram tratados pelo professor Vitor, assim como o fenômeno do Sol da meia noite no circulo polar ártico, tudo isso com dinâmicas divertidas, muito usuais para sala de aula.

Concluindo:

Uma das várias experiências válidas vividas no observatório seria a importância da concepção de um ensino voltado á astronomia, mais simples: A existência de telescópios é secundária frente a grandeza do trabalho e incentivo ao ensino e pesquisa na referente área do conhecimento, tão cheia de mitos, mistificações e tão longe de nosso saber cotidiano.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

UrbanoxRural- Comparativos dentro da mesma cidade


Historicamente, a urbanização da cidade de Porto Alegre concentrou-se nas regiões Centro e Norte do município devido à presença do Porto do Guaíba e de barreiras geográficas, como a Crista de Porto Alegre (Morros da Companhia, da Polícia, Teresópolis e do Osso). Isso fez com que a região mantivesse as características de área rural, permitindo inclusive a permanência de amplas áreas naturais preservadas, formando assim um belo cinturão verde para Porto Alegre que beneficia toda a área urbana.
http://www.cinturaoverdepoa.org.br/default.php?p_secao=12

Nesse site podemos achar informações sobre a zona sul de Porto Alegre, que como diz o pequeno texto, tem uma área natural ainda preservada. Com essa saída de campo pode ser trabalhado os contrastes da cidade, urbano e rural, e mostrar a diversidade do espaço dentro do município de Porto Alegre.
A partir das paisagens analisadas pelos alunos, pode-se montar um painel em sala de aula acrescentando  conceitos as imagens e aos apontamentos feitos.

Saída de campo: Porto Alegre 01/09/2012.



Turma na saída de Campo
Açorianos                                                                                                 
Na ponte de pedra no largo dos Açorianos foi o inicio de nosso trabalho de campo. A professora Ligia falou sobre historicidades: que no século XIX esta ponte foi construída por escravos, servia para escoar a produção e dividia a parte “baixa” das chácaras. Neste mesmo contexto, os pobres foram gradativamente sendo descolocados para a zona rural da cidade.  Cabe ressaltar, em uma saída a campo desta natureza, o modelo radial concêntrico das ruas de nossa cidade. Falar sobre isto revela e contextualiza os problemas de transito e de planejamento urbano. A professora Ligia citou as perimetrais que tentam mudar isso, fazendo um anel externo na cidade para que as pessoas não tenham que passar pelo centro e não se tinha a preocupação com os meandros do arroio diluvio e sua função de armazenamento.
Viaduto Otávio Rocha
O segundo ponto visitado foi o “viaduto da Borges”, que unia a zona sul e a zona norte da cidade no início do século XX. Foi a primeira grande obra viária da cidade que alterou a paisagem, o espaço geográfico e a mobilidade urbana de Porto Alegre.
Praça da Matriz
Este é um ponto interessante e muito valido para uma aula em campo: podemos falar dos três poderes, da igreja e da importância daquela área enquanto terreno alto perante outras partes da cidade. Este fator pode levar a uma reflexão de comparação de outras áreas nobres em outras cidades e especulação imobiliária. Alguns prédios positivistas foram demolidos para uma suposta revitalização da cidade, outros foram mantidos. A análise do monumento Júlio de Castilhos, proporciona a analise do poder simbólico e ideologia politica positivista que predominava no Rio Grande do Sul no período da República Velha.
Rua dos Andradas
Este foi o quarto ponto visitado. Na frente do antigo hotel Magestic, observamos a casa de cultura Mario Quintana e também uma carcaça de um antigo prédio que virou estacionamento, mostrando, de certo modo a situação dos prédios antigos do centro histórico. Poderíamos elaborar uma aula no sentido de identificar o contraste entre os prédios antigos e novos do centro de Porto Alegre, mostrando a (des) valorização que os seguimentos dominadores da sociedade estão dando para um e para outro. Percorremos a rua até as imediações da usina do gasômetro.
Quilombo dos Alpes
Observamos nesse ponto do trabalho uma comunidade muito peculiar em uma área urbana: remanescentes de trabalhadores escravizados, oriundos do extremo sul da cidade habitando o ponto mais alto de Porto Alegre (291m). Seu Gumercindo (morador do quilombo) falou sobre os graves problemas que a especulação imobiliária traz para os moradores do quilombo, pois, é uma área valorizada pelo seu posicionamento e belezas naturais (ocasionando até mesmo assassinatos políticos pela reivindicação da área). O quilombo em quanto tema de sala de aula é riquíssimo, pois, podemos falar de legislação (atuação do INCRA na demarcação do território), resistência cultural e geomorfologia. Além de tudo isso, foi o local escolhido para fazermos o lanche e integração social.
Belém Velho
Neste clássico bairro de Porto Alegre, observamos uma paisagem bucólica frente às outras que foram observadas ao longo do trabalho. A pequena igreja católica, a quadra de esportes e a figueira na praça dão nuances de interior para essa área da cidade. Nessa observação ficou claro que a dimensão territorial de Porto Alegre reserva surpresas para os moradores acostumados com um ambiente urbano cosmopolita.
Templo
Assim como a paisagem do quilombo dos Alpes a formação rochosa que constitui a área do templo nos permite uma visualização parcial da zona sul da cidade (incluindo a restinga) e da orla mais aproximada do Lago Guaíba em relação à lagoa dos patos (Itapuã, Lami e Ponta Grossa). A construção de um condomínio de luxo coloca em risco a Mata do local (resquícios de Mata atlântica) e pode ser observado do mirante da igreja.
Restinga
Na saída de campo em direção à restinga, relembramos a origem do bairro que é oriundo das politicas de higienização provenientes da canalização do arroio dilúvio e extinção da antiga ilhota (nas imediações da cidade baixa) que abrigava os futuros moradores da região hoje conhecida como restinga. Nessa saída de campo podemos trabalhar com segregação espacial; explicar seus motivos, contextualizar a quem está observando as razões da desigualdade social, da coesão urbana e da origem histórica dos bairros populares da cidade.
Ilhas do Guaíba
Na saída pelas ilhas do Guaíba, além da ludicidade do momento, podemos trabalhar com bacias hidrográficas, ilhas sedimentares, formas deltaicas, ecossistemas e tantos outros. O contraste entre pescadores e pilotos de Jet Skis traz a dimensão das diferenciações sociais presente entre os habitantes das ilhas, considerando que a miséria presente na ilha das flores se situa a poucos quilômetros das mansões a beira dos rios.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Atividade AFUBRA 1°e/ou 2° ano do ensino Médio


Entre os lugares conhecidos nesta saída de campo, fomos à AFUBRA para uma pequena palestra sobre o cultivo de fumo na região e seu grande rendimento econômico pelo pequeno espaço que necessita. Foi colocado, como incentivo da AFUBRA, a diversificação da cultura para que os agricultores tenham opções fora da época de plantio e colheita de fumo.
            Pensando em uma atividade com essa palestra, propomos a produção de um projeto por parte dos alunos. Seria distribuído aos alunos, em grupo de três, um roteiro de projeto para ser produzido.
Questionamento central do projeto: Existem soluções de cultivo alternativo para os agricultores fora da época de fumo?

 Para a entrega, seria pedido no seguinte formato:

Projeto: Nome/Título
 Justificativa (porque?)
 Objetivos (necessidades a alcançar) 
 Atividades (o que fazer?)
 Estratégias (como fazer?)
 Acompanhamento (direcionamento)
•Avaliação (estímulo).

http://www.afubra.com.br/

Atividade durante e depois da saída de campo


Sugerimos que seja feita uma atividade que envolva os alunos durante a saída de campo. Um roteiro, a ser distribuído na última aula antes do passeio com atividade proposta para o dia, ajuda os alunos se organizarem e buscarem objetivamente pontos do passeio que podem ser trabalhados posteriormente em aula.
Proposta da saída de campo:

Escola M.E.F.
Roteiro do Trabalho de campo
Disciplina de História/Geografia          Turma tal
Saída de Porto Alegre: 07h                             Chegada a Porto Alegre: 17h

Cidades visitadas: Rio Pardo e Santa Cruz do Sul.

Atividade: Com auxílio da professora e dos monitores das respectivas cidades, registrar imagens fotográficas e comentários da arquitetura, pessoas e pontos estratégicos da cidade que iremos passar.

Material Utilizado: Máquina fotográfica, caderno e caneta.

Esse material deve ser organizado pelo aluno e entregue na próxima aula, dia 00/00/0000 para debate sobre o material coletado.

Em sala de aula, organizar pequenos grupos de duas ou três pessoas e pedir para que organizem cartazes com as fotos feitas e comentários fazendo relação entre as duas cidades, apontando as diferenças e semelhanças. Respondendo tal questionamento: Podemos identificar o poder econômico das cidades pela sua paisagem? Por quê?

Atividade antes da saída de campo


Um conteúdo que deve ser trabalhado com os alunos, que envolve o município de Rio Pardo, são os tratados de definição de território do Rio Grande do Sul e guerra guaranítica http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/guerra-guaranitica/. Alguns textos da internet encontrados no site da prefeitura de Rio pardo e do ministério Público são textos práticos que falam da importância da cidade como “Tranqueira Invicta”.
Texto:

Utilizar, também, um mapa do RS para as explanações sobre a estratégia territorial e identificação física da cidade.