A última saída de campo de nosso curso teve início na rótula
localizada atrás do Instituto de Educação Flores da Cunha ás
18:30.
Dirigimo-nos
ao observatório da primeira divisão de levantamentos cartográficos
do exército, localizado no Morro Santa Teresa.
O Roteiro
até o observatório foi: Rua Paulo Gama, Avenida Oswaldo Aranha, Rua
Santana, Avenida Ipiranga, Avenida Érico Veríssimo, Avenida José
de Alencar, Rua Correia Lima e Rua Clevland.
Podemos
observar, ao longo do percurso, as diversas nuances geográficas de
Porto Alegre: A parte plana, de onde saímos, até a paisagem
irregular, já nos altos dos morros de granito.
Ao
adentrarmos na área do observatório o professor Bruscatto, do
Colégio Militar de Porto Alegre, nos pôs a par dos trabalhos
realizados ali.
Uma das
funções do observatório “Capitão Parobé” é incentivar,
propiciar e motivar para a formação em astronomia. Foi fundada pelo
professor Luiz Carlos Gomes. Em 2001 foi fundado um clube de
astronomia em seu colégio, tendo um destaque, e devido á isso
obtiveram um telescópio para tal escola (recurso obtido junto á
fundação Vitae).
Em 2010 o
observatório foi ampliado, e em 2011 se vincularam a rede nacional
de pesquisa, o que no futuro permitirá a troca de imagens de
telescópios com outras instituições.
O
objetivo inicial do observatório foi expandido, tratando também de
tecnologia, interdisciplinaridade, incentivo ao laboratório,
habilidades e competências.
Professor
Bruscatto apontou que a dificuldade é a falta de profissionais e
materiais necessários para o funcionamento dos telescópios.
“Estamos
torcendo para que abra uma nesga de céu”.
Entre o
desejo do professor para observar os astros surgiram vários
conceitos astronômicos: Órbita eclíptica, satélites, afélio,
periélio, gnomon, analema, efemérides, constelações, asterismo,
precessão, equinócio, zodíaco, abóbada celeste, observação
celeste, hemisférios, etc. Foi muito útil, pedagogicamente falando,
e tudo isso compõem um belo exemplo de saída á campo para
realizarmos em nossas escolas.
Esta
saída á campo desencadeia uma série de possibilidades pedagógicas,
como culturas diversas(nomenclaturas de diversos povos em relação
aos mesmos astros, como os indígenas, polinésios, árabes, etc),
literatura, e acabamos vendo que este incentivo para olhar o céu
pode partir desta saída a campo.
O
professor Vitor passou a nos orientar, em uma atividade pedagógica
de desenho sobre representações dos corpos celestes, buscando
exercitar conceitos de órbita, escala, proporção, trajetórias
elípticas. Professor Vitor desmistificou o paradigma do formato da
órbita (não é elíptica, mas sim orbital, quase circular
“perfeita”). Esta oportunidade é única para se vivenciar estas
desmistificações (também falou do formato da Terra, mudança das
estações, inclinação do eixo) para uma turma de ensino médio
seria ótima. Deu ideias de propostas didáticas muito simples para
serem postas em prática, dando este incentivo inicial em relação
ao interesse por astronomia.
O
clássico trabalho da lâmpada e da bola de isopor foi ressaltado
novamente, reforçando a ideia da simplicidade, para exemplificar uma
série de implicações geográficas (meses do ano, estações,
irradiação, glaciações). A trajetória, visualização e
movimentos da Lua também foram tratados pelo professor Vitor, assim
como o fenômeno do Sol da meia noite no circulo polar ártico, tudo
isso com dinâmicas divertidas, muito usuais para sala de aula.
Concluindo:
Uma das
várias experiências válidas vividas no observatório seria a
importância da concepção de um ensino voltado á astronomia, mais
simples: A existência de telescópios é secundária frente a
grandeza do trabalho e incentivo ao ensino e pesquisa na referente
área do conhecimento, tão cheia de mitos, mistificações e tão
longe de nosso saber cotidiano.