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Turma na saída de Campo |
Açorianos
Na ponte de pedra no largo dos
Açorianos foi o inicio de nosso trabalho de campo. A professora Ligia falou
sobre historicidades: que no século XIX esta ponte foi construída por escravos,
servia para escoar a produção e dividia a parte “baixa” das chácaras. Neste
mesmo contexto, os pobres foram gradativamente sendo descolocados para a zona
rural da cidade. Cabe ressaltar, em uma
saída a campo desta natureza, o modelo radial concêntrico das ruas de nossa
cidade. Falar sobre isto revela e contextualiza os problemas de transito e de
planejamento urbano. A professora Ligia citou as perimetrais que tentam mudar
isso, fazendo um anel externo na cidade para que as pessoas não tenham que
passar pelo centro e não se tinha a preocupação com os meandros do arroio
diluvio e sua função de armazenamento.
Viaduto Otávio Rocha
O segundo ponto visitado foi o
“viaduto da Borges”, que unia a zona sul e a zona norte da cidade no início do
século XX. Foi a primeira grande obra viária da cidade que alterou a paisagem,
o espaço geográfico e a mobilidade urbana de Porto Alegre.
Praça da Matriz
Este é um ponto interessante e
muito valido para uma aula em campo: podemos falar dos três poderes, da igreja
e da importância daquela área enquanto terreno alto perante outras partes da
cidade. Este fator pode levar a uma reflexão de comparação de outras áreas
nobres em outras cidades e especulação imobiliária. Alguns prédios positivistas
foram demolidos para uma suposta revitalização da cidade, outros foram
mantidos. A análise do monumento Júlio de Castilhos, proporciona a analise do
poder simbólico e ideologia politica positivista que predominava no Rio Grande
do Sul no período da República Velha.
Rua dos Andradas
Este foi o quarto ponto visitado.
Na frente do antigo hotel Magestic, observamos a casa de cultura Mario Quintana
e também uma carcaça de um antigo prédio que virou estacionamento, mostrando,
de certo modo a situação dos prédios antigos do centro histórico. Poderíamos
elaborar uma aula no sentido de identificar o contraste entre os prédios
antigos e novos do centro de Porto Alegre, mostrando a (des) valorização que os
seguimentos dominadores da sociedade estão dando para um e para outro. Percorremos
a rua até as imediações da usina do gasômetro.
Quilombo dos Alpes
Observamos nesse ponto do
trabalho uma comunidade muito peculiar em uma área urbana: remanescentes de
trabalhadores escravizados, oriundos do extremo sul da cidade habitando o ponto
mais alto de Porto Alegre (291m). Seu Gumercindo (morador do quilombo) falou
sobre os graves problemas que a especulação imobiliária traz para os moradores
do quilombo, pois, é uma área valorizada pelo seu posicionamento e belezas
naturais (ocasionando até mesmo assassinatos políticos pela reivindicação da
área). O quilombo em quanto tema de sala de aula é riquíssimo, pois, podemos
falar de legislação (atuação do INCRA na demarcação do território), resistência
cultural e geomorfologia. Além de tudo isso, foi o local escolhido para
fazermos o lanche e integração social.
Belém Velho
Neste clássico bairro de Porto
Alegre, observamos uma paisagem bucólica frente às outras que foram observadas
ao longo do trabalho. A pequena igreja católica, a quadra de esportes e a
figueira na praça dão nuances de interior para essa área da cidade. Nessa
observação ficou claro que a dimensão territorial de Porto Alegre reserva surpresas
para os moradores acostumados com um ambiente urbano cosmopolita.
Templo
Assim como a paisagem do quilombo
dos Alpes a formação rochosa que constitui a área do templo nos permite uma
visualização parcial da zona sul da cidade (incluindo a restinga) e da orla
mais aproximada do Lago Guaíba em relação à lagoa dos patos (Itapuã, Lami e
Ponta Grossa). A construção de um condomínio de luxo coloca em risco a Mata do
local (resquícios de Mata atlântica) e pode ser observado do mirante da igreja.
Restinga
Na saída de campo em direção à
restinga, relembramos a origem do bairro que é oriundo das politicas de
higienização provenientes da canalização do arroio dilúvio e extinção da antiga
ilhota (nas imediações da cidade baixa) que abrigava os futuros moradores da região
hoje conhecida como restinga. Nessa saída de campo podemos trabalhar com
segregação espacial; explicar seus motivos, contextualizar a quem está
observando as razões da desigualdade social, da coesão urbana e da origem
histórica dos bairros populares da cidade.
Ilhas do Guaíba
Na saída pelas ilhas do Guaíba,
além da ludicidade do momento, podemos trabalhar com bacias hidrográficas,
ilhas sedimentares, formas deltaicas, ecossistemas e tantos outros. O contraste
entre pescadores e pilotos de Jet Skis traz a dimensão das diferenciações
sociais presente entre os habitantes das ilhas, considerando que a miséria
presente na ilha das flores se situa a poucos quilômetros das mansões a beira
dos rios.
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